Percebemos hoje um incremento dos estudos que envolvem a integração entre os aspectos médicos e psicológicos, ou seja, entre as questões do corpo e do psíquico. A Psicodermatologia é o ramo que se dedica ao estudo e tratamento de problemas dermatológicos que são causados e/ou influenciados por fatores psicológicos. As ligações que existem com o sistema nervoso tornam a pele altamente sensível a emoções, independente da nossa consciência. Assim, a pele, muitas vezes, expressa os nossos sentimentos mesmo quando não estamos cientes deles. Fica-nos, então, a ideia de que ao falarmos de doenças de pele devemos considerar o ser humano como um ser integrado, no qual aspectos sociais, biológicos e psicológicos interagem constantemente.
A relação psique-pele envolve todos os elementos subjetivos presentes em nossa personalidade, tais como emoções, sentimentos, fantasias e agressividade. Estudos recentes, mostram que estressores psicossociais, perdas, aspectos de desemprego, mau ajustamento interpessoal, desordens de ansiedade e fatores psicológicos de personalidade, como hostilidade e baixa estima, estão relacionados com condições dermatológicas.
A pele representa, assim, um caminho para pedir ajuda, demonstrando uma necessidade de ser olhada, além dela mesma. Olhar através da pele é olhar além do corpo, além do concreto, além do óbvio. E é justamente esse “olhar além”, o qual significa poder perceber o ser humano em toda sua complexidade, que há uma integração de corpo e mente.
A psicologia é uma ciência que está a serviço dos ajustamentos, uma psicologia da saúde que tratará de um ser humano integral, relacional capaz de progredir em todas as direções.